Saiba como evitar o abandono e a evasão escolar em situações de crises e emergências
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Guia apresenta passo a passo para os governos estaduais e municipais adaptar a metodologia da Busca Ativa Escolar para enfrentar os desafios educacionais em crises climáticas, sanitárias e sociais
As mudanças climáticas têm causado impactos devastadores no mundo todo e se revelado uma ameaça à saúde e à educação pública. Com essas áreas mais vulneráveis, cresce a necessidade de uma resposta coordenada e integrada, e a estratégia Busca Ativa Escolar (BAE) tem sido uma forte aliada de municípios e estados no planejamento de ações imediatas para garantir o acolhimento e a continuidade do vínculo dos(as) estudantes com a escola.
Por isso, a gestão nacional produziu o guia Busca Ativa Escolar em crises e emergências - como implementar a estratégia, que apresenta um passo a passo para os governos estaduais e municipais adaptarem a metodologia da BAE para esses contextos de crises climáticas, sanitárias e sociais. O guia apresenta medidas para revisão do plano de ação, de forma com que a Educação esteja cada vez mais articulada com a rede de proteção. Além disso, estão disponíveis orientações para as etapas posteriores, quando as escolas reabrem e retomam sua rotina, bem como dicas para o desenvolvimento de ações voltadas para a prevenção.
Esta é a quarta publicação da série “Busca Ativa Escolar em crises e emergências”. O objetivo é fortalecer os agentes públicos para evitar o risco de abandono e superar os casos de desistência e de evasão escolar, mesmo que os cenários desafiadores exijam o fechamento temporário das escolas; e assegurar os direitos integrais de crianças e de adolescentes e, principalmente, o direito inalienável à educação, em qualquer contexto.
Entendendo o problema
Só em 2024, ocorreram enchentes no Afeganistão, Brasil, Indonésia e Quênia e queimadas na Amazônia (BR) e na Califórnia (USA), destruindo áreas extensas nas duas regiões. Por aqui, 30,8 milhões de hectares – maior que a Itália inteira – foram afetados pelo fogo, entre janeiro e dezembro do ano passado, um aumento de 79% nas áreas queimadas, em comparação com o mesmo período de 2023. Os dados são do Monitor do Fogo do MapBiomas e foram divulgados em janeiro.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), desastres naturais como as queimadas e as enchentes agravam as crises sanitárias e as doenças preexistentes e comprometem a segurança alimentar de milhões de pessoas. Já o relatório “Learning Interrupted: Global Snapshot of Climate-Related School Disruptions in 2024”, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) este ano, aponta que as mudanças climáticas também resultam em fechamento de escolas ou na interrupção significativa dos horários escolares, prejudicando a formação de crianças e adolescentes.
Segundo o estudo, pelo menos 242 milhões de estudantes em 85 países tiveram a sua vida escolar impactada por eventos climáticos extremos em 2024. No Brasil, pelo menos 1,17 milhão de meninas e meninos tiveram os estudos interrompidos em 2024 por eventos climáticos, em especial enchentes e seca.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, entre os anos de 2030 e 2050, a crise climática será responsável por aproximadamente 250 mil mortes adicionais por ano por desnutrição, malária, diarreia e estresse térmico. Ainda de acordo com a OMS, esses desafios devem gerar um gasto na ordem de US$ 2 a 4 bilhões por ano para os serviços de saúde até 2030.
Com informações da Agência Brasil, Agência Gov, DW, Ministério da Saúde e UNICEF Brasil.