Águas Lindas de Goiás melhora o desempenho escolar com o apoio da Busca Ativa Escolar

Na foto, a primeira equipe do programa Evasão Zero, que utiliza a metodologia e a plataforma da Busca Ativa Escolar para fazer o enfrentamento à evasão escolar no município goiano
“O que o Busca Ativa Escolar faz é algo grandioso”, avalia Francisco de Assis do Nascimento, pedagogo e coordenador operacional da Busca Ativa Escolar (BAE) em Águas Lindas de Goiás. “É um trabalho de garantia dos direitos fundamentais, de inclusão social. E a verdadeira inclusão só é possível através de estratégias como a Busca Ativa Escolar”, ressalta.
Localizado no entorno do Distrito Federal (DF), o município de Águas Lindas de Goiás fica mais próximo de Brasília (DF) do que da capital do estado, Goiânia (GO). Apenas 50 km separam o centro da cidade goiana do Plano Piloto (DF). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do município é de aproximadamente 225,7 mil, dos quais cerca de 57,3 mil têm de 0 a 14 anos. Em 2010, a taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade era de 96,6%.
A cidade goiana aderiu à estratégia em 2017, ano de lançamento da BAE. Então, o município havia recém-criado o programa Evasão Zero, e tanto a metodologia quanto a plataforma da BAE vieram, no momento certo, para somar, nortear e apoiar o trabalho da equipe local.
De acordo com a Prefeitura Municipal de Águas Lindas de Goiás, em 2017, 25 de 45 escolas municipais tinham um grande quantitativo de alunos com problemas na frequência. Com o casamento entre o programa Evasão Zero e a estratégia Busca Ativa Escolar, o número de escolas com problemas de fluxo escolar caiu para 9, ainda naquele ano. Outra conquista foi o crescimento do índice de aprovação nas escolas da cidade, que saltou de 91%, em 2016, para 97% em 2024.
Para Nascimento, essa melhoria na frequência e desempenho do alunado da rede municipal de ensino tem relação direta com o trabalho da Busca Ativa Escolar no município.
“A Busca Ativa Escolar não trabalha apenas o enfrentamento à evasão escolar, é muito mais eficiente no processo preventivo. Quando você faz essa integração da Secretaria Municipal de Educação (SME) com os órgãos de apoio, de garantia de direitos, você evita que essa criança falte continuamente à escola, contribuindo para que aumente seu desempenho em sala de aula e não reprove”, explica o pedagogo.
Cabe lembrar que a estratégia Busca Ativa Escolar cria condições práticas para que cada município/estado se engaje pelo enfrentamento do abandono e da exclusão escolar. A BAE oferta a metodologia e a plataforma, enquanto o município e o estado entram com o conhecimento local e a mobilização entre diferentes secretarias e áreas, bem como com a responsabilidade de trabalhar para garantir o direito de aprender de cada criança e adolescente.
Equipe da SME de Águas Lindas em uma visita domiciliar
Estrutura
A Secretaria de Educação tem cerca de três profissionais dedicados exclusivamente ao trabalho de busca ativa. Os educadores realizam ligações e/ou visitas em domicílio com um carro disponibilizado pela prefeitura.
“Chegamos a fazer quase 1,2 mil visitas em um ano e cerca de 40 visitas em um dia, a fim de saber por quê aquelas crianças ou adolescentes não estavam indo ao colégio”, comenta Nascimento. “Hoje, durante o ano, fazemos em média 300 visitas domiciliares. É um número grande ainda, mas bem menor do que tínhamos no início de nossas ações”, acrescenta.
Os casos chegam até a equipe por meio dos diretores das escolas, que foram devidamente cadastrados na plataforma da BAE e orientados a registrar as situações de infrequência escolar. Atualmente, todas as 47 escolas do município estão integradas ao sistema, além do Conselho Tutelar e Ministério Público.
“A plataforma é espetacular e permite estar em todos os cantos do seu município, seja por meio do Conselho Tutelar, da Secretaria de Educação, do NDCA (Núcleo de Defesa da Criança e Adolescente), do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social)”, afirma o coordenador operacional da Busca Ativa Escolar em Águas Lindas.
O educador acredita que a visita às famílias é essencial para poder compreender os motivos socioeconômicos que atrapalham a criança ou o adolescente a estarem dentro da escola, e assim poder ofertar a solução adequada ao caso.
“Já encontrei famílias que a criança não tinha o uniforme, o material escolar e nem condições de pagar a passagem. É justamente fazendo a visita que se detecta o problema, e podemos resolvê-lo”, relata.
“A Busca Ativa Escolar é tão importante quanto o trabalho pedagógico orientado para a proficiência da aprendizagem. Não basta o governo ofertar a vaga, é preciso garantir que os alunos permaneçam na escola”, conclui Francisco Nascimento.
Fotos: SME de Águas Lindas de Goiás