Sergipe investe na qualificação do uso de dados para tornar ações de busca ativa mais eficientes

Por Comunicação

16.07.2025 | Atualizado: 16.07.2025
Sergipe investe na qualificação do uso de dados para tornar ações de busca ativa mais eficientes

Secretaria de Estado da Educação promove formação, com presença da equipe estadual da Busca Ativa Escolar, sobre como melhor utilizar os dados de matrícula e frequência escolar para que nenhum estudante fique fora da escola; na foto, equipe envolvida com dados de matrícula e frequência em reunião com os articuladores do Censo Escolar/FGV

A equipe estadual da Busca Ativa Escolar (BAE) de Sergipe participou, entre maio e junho de 2025, de formação sobre o uso da base de dados da Rede Pública Estadual de Ensino, visando a qualificação dos dados do Censo Escolar e como tornar mais eficientes as políticas públicas e ações de busca ativa. Iniciativa da Secretaria de Estado da Educação (Seed), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), capacitou os(as) profissionais envolvidos(as) com os dados de matrícula e frequência dos(as) estudantes.

“Analisamos os históricos dos alunos que apresentavam situações de risco de abandono, no Censo [Escolar} 2024, e das escolas com alto índice de transferência, infrequência e reprovação, a fim de trabalhar nestes índices e minimizar os problemas com a declaração de fluxo no segundo levantamento do Censo Escolar”, conta Jucileide Aragão, chefe do Serviço de Informações e Estatísticas. “Outro recorte do nosso monitoramento foi o estudante que tinha frequência, mas faltava nas avaliações [provas]. Esse aluno também entrou nas condicionalidades de risco de abandono, pois já é um candidato ao insucesso [escolar]”, acrescenta.


Formação com as equipes do Censo Escolar que fizeram ações nas diretorias regionais e escolas

A equipe estadual, em parceria com a FGV, auxiliou as equipes gestoras das escolas a analisar os dados de aproximadamente 73.000 alunos(as) de escolas da rede pública estadual de ensino, e observou-se que cerca de 5.000 estavam em situações de infrequência ou em risco de abandono escolar. Além da frequência, foram avaliados dados de matrícula e fluxo. 

Após o monitoramento, a equipe sergipana da estratégia iniciou o contato com os familiares dos adolescentes com risco médio e alto de abandono escolar, que são aqueles que se ausentaram por pelo menos quatro dias nos últimos cinco dias de aula, e por pelo menos oito dias nos últimos dez dias de aula, respectivamente, segundo a Portaria nº 4169/2025, da Seed.

“Com esse trabalho, entramos em contato com as famílias, e muitas informaram que a infrequência se dava por questões de saúde, seja do estudante, seja do familiar”, afirma Jaqueline Andrade, chefe do Núcleo Gestor da Matrícula Online. 

Esses contatos de busca ativa são realizados, em geral, pelos gestores e professores das escolas estaduais, que também compõem a equipe da BAE em Sergipe. 

“Queremos que os alunos permaneçam, e não apenas se matriculem. O objetivo é que a nossa educação tenha mais qualidade, e à medida que o menino se matricula e permanece, obviamente, os nossos indicadores de qualidade melhoram”, ressalta Jucileide Aragão.

Plataforma

A mudança de endereço e/ou escola sem o pedido de transferência é outro motivo comum para a infrequência. Nesses casos, a localização dos adolescentes se complica, especialmente se este estudante for morar em outra cidade ou se matricular na rede privada de ensino. Segundo Agno Disevanio Santos Júnior, coordenador operacional da BAE em Sergipe, nessas situações, a plataforma da Busca Ativa Escolar cumpre um papel importantíssimo: o de integrar e facilitar o trabalho de localização desses alunos e alunos pelos profissionais da estratégia.

“É quando entra a plataforma da Busca Ativa Escolar, onde conseguimos manter diálogo com os municípios e com outras secretárias e órgãos [da rede de garantia de direitos], como a Saúde e o Conselho Tutelar”, explica Agno Disevanio. “A melhor parte da plataforma é que também podemos conhecer os casos dos municípios, e com isso, dialogar ainda mais e oferecer assessorias, e vice-versa”, acrescenta.

De acordo com o coordenador operacional, a orientação da Seed é que os dados dos(as) estudantes com alta infrequência escolar sejam lançados na plataforma da BAE, facilitando a localização desses alunos e alunas pelo estado e pelos municípios. Inclusive, para os casos em que o risco de abandono é alto, a Portaria nº 4169/2025, no Art. 63, item IV, determina que a instituição escolar deve criar o alerta e realizar a pesquisa (visita domiciliar, de preferência) e a análise técnica na plataforma da Busca Ativa Escolar. A medida aumenta o quantitativo de profissionais mobilizados para encontrar esses meninos e meninas e colocá-los dentro da sala de aula.

No início de 2025, a equipe estadual da BAE e do setor de matrícula se uniram para localizar e identificar os motivos que levaram estudantes de ensino médio matriculados nas escolas públicas em 2024 a não se rematricularem em 2025. Com a lista desses alunos e alunas em mãos, a equipe estadual acionou os municípios e as diretorias regionais em busca desses meninos e meninas.

“Acionamos as equipes municipais e fizemos toda essa mobilização junto às diretorias regionais para fazer essa ligação para as famílias, para acionar o Conselho Tutelar, enfim, fazer tudo que está previsto na portaria, para poder identificar o paradeiro desse estudante, saber o por que não compareceu. Diante da devolutiva das diretorias regionais, realizamos esse fluxo com os municípios, que verificaram se os alunos estavam dentro do município ou não estavam”, detalha Agno Disevanio, lembrando ainda que as equipes municipais fazem o mesmo tipo de demanda para o time estadual.

“Nos casos em que realmente esses estudantes não foram identificados, a orientação foi preencher a FICAI [Ficha de Comunicação do Aluno Infrequente], para oficializar junto ao Conselho Tutelar, e assim tanto a escola fica resguardada quanto o Ministério Público tem ciência de que o aluno saiu e não foi encontrado”, fala o coordenador operacional.

Para fazer o enfrentamento da evasão escolar e reduzir a reprovação, o abandono e a distorção idade/série, a Seed criou ainda o Programa Estudante Monitor, por meio do qual estudantes da rede pública apoiam os(as) professores(as) e colegas de sala de aula no processo de ensino e aprendizagem, bem como nas ações de busca ativa de alunos(as) com infrequência escolar. Esses monitores ficam atentos à ausência de seus colegas de sala de aula ou de transporte escolar e reportam tudo para os(as) gestores(as) escolares.

Nas situações em que as escolas identificam que a infrequência afeta uma grande quantidade de estudantes por conta de violência ou violação de direitos, é possível acionar o programa Acolher, que leva apoio emocional, social e educacional para as escolas da rede estadual e as diretorias regionais de educação. A iniciativa conta com aproximadamente 60 psicólogos e 35 assistentes sociais que realizam orientação psicossocial aos estudantes, professores, gestores e demais servidores, além de promover ações de enfrentamento do bullying e ciberbullyng, preconceito étnico-racial, homofobia, transfobia e misoginia, e trabalhar temáticas relacionadas ao Plano Nacional de Educação para os Direitos Humanos.

Com informações e imagens da Seed/SE.