Garantia de educação: a Busca Ativa Escolar como estratégia
A Secretaria Municipal de Educação – SMED de Ouro Branco (RN) iniciou as aulas de forma remota em 1º de março de 2021, com base nas decisões de isolamento social definidas pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte, mediante o Decreto nº 30.383, de 26 de fevereiro de 2021, com finalidade de evitar e combater o avanço da pandemia causada pela covid-19, e considerando a autorização legal, em caráter excepcional, para oferta de aulas não presenciais.
Assim, o município teve o desafio de promover o acesso à educação de qualidade aos alunos que não têm acesso à internet. Essa ausência de acesso foi evidenciada no contexto da pandemia. Dessa maneira, a SMED trabalhou para alcançar a inclusão escolar.
Dentre as medidas adotadas para o enfrentamento da exclusão escolar e a falta de acesso aos recursos tecnológicos, adotamos a estratégia Busca Ativa Escolar para identificação dos alunos que estavam sem acesso à internet, bem como para identificar aqueles estudantes que não estavam enviando a devolutiva das atividades remotas às escolas.
Assim, as unidades escolares participaram desta ação e fizeram um levantamento dos alunos sem correspondência às intervenções pedagógicas durante o ensino remoto. Dessa maneira, os professores repassaram à direção das escolas o nome dos alunos que não interagiram nas tentativas de contato. A partir disso, foi realizado um esquema de ocorrências pela direção escolar e coordenação pedagógica, a fim de monitorar as possíveis causas da não devolutiva. Diante dessas ocorrências, as famílias foram chamadas a comparecerem nas escolas para alinhar quais as dificuldades contextuais de cada estudante e o que poderia ser feito para solucionar a falta de participação dos alunos.
A Busca Ativa Escolar é realizada com a finalidade de reverter ou amenizar os efeitos da pandemia na educação dos alunos e garantir a oferta de uma educação de qualidade no município. Nesse sentido, com a colaboração do Conselho Tutelar, decidimos entregar pessoalmente as atividades impressas aos alunos sem acesso à internet, tanto da zona rural quanto urbana. Dessa maneira, semanalmente, um conselheiro tutelar vai à casa do estudante identificado pela equipe da estratégia, entrega a atividade proposta e recolhe a devolutiva da atividade anterior, repassando-a à escola de origem.
O conviva auxilia-nos na organização e monitoramento desta ação, além de ser um espaço de troca de experiências, em que podemos ter ideias novas e inspirar outras equipes.
Após as entregas das atividades remotas que possibilitam os conselheiros tutelares estarem mais próximos das famílias, conseguimos ter um diagnóstico mais fidedigno da realidade de cada estudante. Desse modo, os professores conseguem atuar com uma visão mais clara dos acessos e dificuldades do público de discentes. Além disso, as famílias estão mais vinculadas às escolas e, por fim, estamos conseguindo ofertar uma educação de qualidade a todos os alunos.
Texto publicado por Fihama Costa na plataforma Conviva Educação.